segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Suga quer combate ao vírus e economia ativa em vez de novo estado de emergência

 Oposicionistas acusam a promoção do turismo interno como causador do aumento nos casos de Covid-19

primeiro-ministro Yoshihide Suga
O primeiro-ministro Yoshihide Suga informou que manterá a campanha governamental "Go To Travel" para apoiar o turismo doméstico, apesar dos apelos para que seja declarado um novo estado de emergência em meio ao aumento nos casos de Covid-19 no Japão.

A mudança ocorreu quando o número de novos casos totalizou 1.704, superando o recorde anterior de 1.660 marcado um dia antes, de acordo com uma contagem do Kyodo News baseada em dados oficiais, com especialistas em saúde alertando sobre uma possível "terceira onda" de infecções, segundo a Kyodo News. 

Embora reconhecendo os "sinais claros de uma tendência ascendente" nos casos de coronavírus, particularmente nas províncias de Tóquio, Osaka e Aichi, bem como em Hokkaido, Suga pediu ao público que tome "medidas preventivas básicas" para deter a disseminação de infecções.

O governo está trabalhando com os municípios para realizar testes em grande escala e enviar pessoal médico para regiões que estão enfrentando surtos, disse ele.

O primeiro-ministro também instruiu os membros de seu gabinete a lidar com a situação com "a máxima vigilância".

Para lidar com a crescente preocupação com o ressurgimento de infecções, o governo disse que está considerando a criação de um novo cargo no Secretariado do Gabinete com autoridade reforçada para zelar pelas medidas antivírus do país.

Críticas
Os partidos de oposição criticaram a resposta do governo à pandemia, dizendo que o atual aumento nas infecções é resultado das medidas do governo para promover o turismo doméstico, um setor duramente atingido pela propagação do vírus.

Kazuya Shimba, secretário-geral do Partido Democrático para o Povo, instou o governo a rever a iniciativa de promoção de viagens.

Citando o aumento de casos em Hokkaido, um destino turístico popular no norte do Japão, Shimba disse que o desenvolvimento era "claramente atribuível à campanha".

“Existe a possibilidade de que a movimentação (de pessoas) acelere no final do ano e no período do Ano Novo. Devemos buscar orientação de especialistas”, disse.

Tomoko Tamura, chefe de política do Partido Comunista Japonês, disse que o governo deveria encerrar a campanha de promoção em todo o país.

"Se as infecções se expandirem ainda mais, será um golpe severo para a indústria do turismo", disse Tamura.

No domingo (15), o país atingiu 119.420 casos de infecção e um total de 1908 óbitos. 

As províncias que registraram casos acima de 200 foram Tóquio, com 255 novas infecções, totalizando 34.751 casos; seguida por Osaka, com 266 casos, totalizando 15.421 registros; e Hokkaido, com 209 e um total de 5.494 infectados, segundo a NHK. 

O governo declarou estado de emergência em algumas partes do país no início de abril e depois o expandiu para todo o território, conclamando o público a permanecer em casa e pedindo o fechamento temporário de algumas empresas, em um golpe para a economia.

Suga indicou que deseja encontrar um equilíbrio entre conter a disseminação do COVID-19 e manter as atividades sociais e empresariais.
Fonte: Alternativa

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